Oração

 

Ao longo da minha caminhada cristã, já escutei centenas de pregações sobre oração. Eu mesmo já preguei sobre isso algumas vezes. Vamos ao texto base desse artigo:

“Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (Filipenses 4:6)

Deus nos estimula a orar em toda a Escritura. Mas uma coisa que, principalmente no começo da minha fé, sempre me trazia dúvida: se Deus sabe de todas as coisas, pra que eu vou orar? Parece uma pergunta boba, mas já percebi que essa é uma dúvida que atinge muitas pessoas. Outra dúvida que surge é: como orar? De joelhos? Em pé? Sentado?

Então vamos à primeira questão: POR QUE ORAR? A resposta que encontro é que essa é a forma que Deus instituiu para termos comunhão com Ele. Nosso Deus é um Deus pessoal, não um velho mal humorado sentado num trono esperando nosso primeiro vacilo para nos punir. Muita gente tem essa impressão errada de Deus. Deus é um Deus de justiça sim, mas ele também é o Amor em pessoa.

“Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” (João 6:37)

Outra questão que podemos colocar é a confissão de pecados. Vamos pegar a oração do Pai Nosso, que foi o modelo de oração deixado por Jesus em Mateus 6:9-14. No versículo 12 é dito que devemos pedir perdão por nossos pecados, assim como nós perdoamos. Temos que entender que o pecado é uma ofensa a Deus e que, quando reconhecido, precisa de confissão. E pecado confessado é pecado perdoado.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9)

Outro ponto que quero destacar dentro dessa questão é o agradecimento. Eu lhe garanto que você tem motivos para agradecer. Qualquer pecado você pode tentar justificar: “fiquei nervoso porque ele me provocou”, “eu xinguei porque me tiraram do sério” etc. Agora tente achar uma justificativa para ingratidão. Consegue achar? Pois é, eu também não.

Você também pode fazer petições. Como no próprio versículo de Filipenses que coloquei no começo do artigo: “em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês”. O próprio Jesus nos estimula a pedir:

“Peçam e lhes será dado; busquem e acharão; batam, e a porta será aberta para vocês” (Mateus 7:7)

Porém, há uma forma errada de pedir, que nos é dito em Tiago: “Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja, mas nada podem obter; vivem a lutar e a fazer guerras. Nada têm, porque não pedem; pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres” (4:2,3)

Nessas petições, você também pode interceder pelas vidas de outras pessoas, ou seja, fazer petições em favor de alguém. E é claro, é o momento de louvar e adorar a Deus, como termina a oração do Pai Nosso: “pois teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém” (Mateus 6:13).

Agora sobre a outra questão: COMO ORAR? Antes de tudo temos que saber para quem estamos nos dirigindo. Estamos falando com Deus, o Criador de todas as coisas, o Todo Poderoso, o Senhor. Não chegamos a Deus de qualquer forma. E Jesus nos ensina isso, a termos reverência diante do Senhor. Muita gente pensa que não precisa disso, que isso é papo de “fariseu” e “religioso”, mas Jesus não começa a oração do Pai Nosso de qualquer jeito: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mateus 6:9).

Outro ponto importante é termos humildade. Se lembram da parábola de Jesus em Lucas 18:10-14, do fariseu e do publicano que subiram para orar? Que o fariseu se engrandecia diante de Deus e o publicano que confessava ser pecador? Qual o desfecho dessa parábola? Quem desceu justificado foi o publicano que teve a humildade de reconhecer seus erros. Não tem como entrarmos na presença de Deus com o nariz empinado.

Agora, sei que já toquei nesse assunto, mas vale a pena revisitá-lo aqui de uma outra perspectiva. Temos que orar com arrependimento. Temos que confessar nossos pecados e até mesmo nossa intenção de pecar. Olha como é sério o que o autor desconhecido desse salmo nos diz: “Se eu acalentasse o pecado no meu coração, o Senhor não me ouviria” (Salmos 66:18). Quando não nos arrependemos e ficamos namorando o pecado em nosso íntimo, o Senhor não nos ouve!

Porém, em relação em que posição devemos orar: ajoelhado, sentado, deitado, em pé etc. a Bíblia não nos fala. Todos essas posições são citadas, mas em nenhum momento alguma delas é destacada como a correta. O que é falado é sobre nosso coração: “Um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Salmos 51:17).

E para finalizar, o próprio Jesus orou. Então, por que eu não oraria? Tem uma frase que já li ela inúmeras vezes nas redes sociais, que embora eu não tenha encontrado seu autor original, diz uma grande verdade: “Não faz sentido não querermos Deus aqui e querermos passar a eternidade com Ele”. Nós oramos porque queremos comunhão com Ele, porque amamos a Deus.

Eu vou orar, você também vai?

Em Cristo,

Gustavo Hoft