O problema do desânimo

“No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo” (João 16:33)

As aflições que passamos desse lado da eternidade podem gerar em nós desânimo, cansaço, desmotivação, burnout, depressão, entre outras várias coisas. O desânimo é algo que todos os seres humanos experimentam em algum dia. Às vezes queremos jogar a toalha e torcemos para o árbitro tocar o gongo para que possamos “parar de apanhar”.

É inútil aconselhar alguém desanimado falando apenas: “Vamos, se anime”. Na maioria dos casos, a pessoa está tirando forças de onde não tem para tentar se manter em pé. E é aí que está o problema. A raiz de não conseguirmos extrair muita força é porque estamos buscando essa força em nós mesmos. Por isso é infrutífero dizer para uma pessoa sem ânimo para ela se animar.

O apóstolo Paulo em Gálatas 5:22,23 fala do fruto do Espírito e uma parte desse fruto é longanimidade. No original grego ele usa a palavra μακροθυμία (makrothymía) que tem o sentido de paciência, perseverança e constância. Por ser parte do fruto do Espírito, somente pelo Espírito conseguiremos manter essa longanimidade e não deixar o desânimo nos dominar. Então a resposta não está em nós, e, sim, em Deus. É através do Espírito Santo que somos capacitados a vencer os desânimos que a vida nos traz.

Não é pouco comum que nossos amigos ímpios sejam pessoas que não sabem o que fazer com suas vidas¹, dentre todos os problemas, incluindo o desânimo. Eles vão buscar ajuda em remédios, energéticos, cafeína, coachs motivacionais etc. para ver se eles se animam. Porém, como não tem a constância pela falta do Espírito, não permanecem e logo se entregam novamente.

É o Senhor que devemos buscar quando nos desanimamos e estamos abatidos e o autor do salmo 42 entendeu isso muito bem: “Por que você está abatida, ó minha alma? Por que se perturba dentro de mim? Espere em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Salmos 42:11, grifo do autor).

Não tente buscar essa força em você mesmo como o sistema mundano quer te convencer. Você até tem uma pequena força, mas ela não é suficiente. Somente pelo Espírito Santo é que conseguiremos vencer esse inimigo chamado desânimo. Acredite em mim, eu já tentei resolver por minha conta e falhei miseravelmente. Sua mente vai gerar 1001 desculpas para justificar seu desânimo. Foi apenas quando eu desisti de buscar forças em mim e clamei pelo Senhor, é que consegui superar.

“Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos” (2 Coríntios 4:8,9; grifo do autor). Mais uma vez recorremos à Paulo. Quando ele fala “perplexos, porém não desanimados”, o sentido de desânimo que ele usa é ἐξαπορέομαι (exaporéomai) que traz o significado de “renunciar toda esperança”, ou seja, no estágio máximo de desânimo que pode te levar a apostatar da fé, geralmente causado por perseguições violentas onde há risco de morte. Mas, isso é bem diferente do tipo de desânimo que sentimos no nosso cotidiano. Você pode até desanimar durante sua caminhada na vida cristã, porém, você tem para onde correr, porque o texto diz na parte que grifei que não seremos desamparados.

Busque no Senhor a saída para o desânimo e com certeza ele te dará o escape, porque Ele te fortalece, te capacita a perseverar e não te desampara.

Em Cristo,

Pb. Gustavo Hoft

¹MARTINS, Yago. No alvorecer dos deuses: desvendando as idolatrias profundas do coração. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2020, p. 50.

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