O crescimento da unidade da igreja

 

Quando chegamos no capítulo 4 de Efésios, Paulo, que estava preso, já tinha tratado de vários assuntos: bençãos espirituais em Cristo, de nosso estado de pecado até a salvação pela graça, a união entre judeus e gentios na obra da cruz e a vocação de gentios. Agora no capítulo 4 ele começa a falar da unidade da fé.

Ele começa aconselhando que sejamos humildes, mansos, suportando uns aos outros, que só há um Senhor, uma só fé, um só Espírito, um só Deus em todos, que está em todos e atua em todos. A partir do versículo 7 ele começa a descrever o ministério e o serviço dos santos e sobre os dons.

Mas esses dons que o Espírito Santo entrega para a igreja são à toa? Não. Eles têm objetivos claros!

Aperfeiçoamento dos santos (“Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos...” v. 12a) – A palavra aperfeiçoamento (katartismos) só aparece uma vez no Novo Testamento. Era uma palavra que servia para designar consertos de redes, restaurar um osso quebrado e até mesmo levar um acordo a facções opostas. Aqui ela tem o sentido de aperfeiçoar o deficiente na fé e o tornar apto para o desempenho das funções no corpo.

Desempenho no serviço (“... para o desempenho do seu serviço...” v. 12b) – Serviço (diakonia) é para todo o povo de Deus, sem exceção. O Novo Testamento enxerga o ministério assim: não é apenas para uma elite clerical, mas sim uma vocação privilegiada de todo o povo de Deus.

A edificação do corpo de Cristo (“... para a edificação do corpo de Cristo...” v. 12c) – A finalidade do exercício dos dons é a edificação da igreja, ou seja, são dons para serviço.

As evidências do crescimento espiritual da igreja podem ser vistas em 4 aspectos:

Maturidade espiritual ou semelhança com Cristo (“Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo” v. 13) – Cristo é o nosso maior exemplo. Precisamos ser um reflexo de Jesus, pois Ele vive em nós.

Estabilidade espiritual (“Para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro” v. 14) – Precisamos ser como crianças em sua inocência e humildade (Mateus 18:3), não em sua ignorância e instabilidade. Um cristão estável não é jogado de um lado para outro pelas novidades que aparecem. Tem gente que embarca em tudo, vivem atrás de experiências e não sabem discernir o falso ensino. Esses ensinos passam por se desgastarem e logo precisam de uma outra novidade, senão ficam paralisados.

Seguir a verdade com amor (“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” v. 15) – Verdade sem amor é brutalidade e amor sem verdade é hipocrisia. “Leais são as feridas feitos pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Provérbios 27:6).

Cooperação espiritual (de quem todo o corpo, bem-ajustado e consolidado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio crescimento para a edificação de si mesmo em amor” v. 16) – Somente através de Cristo, como cabeça, é que a igreja recebe a capacidade para crescer e para desenvolver sua atividade. Cada um tem um ministério importante para desenvolver e exercer. O corpo só cresce quando os membros crescem. Precisamos uns dos outros para podermos crescer. Um cristão isolado não cresce, não tem acompanhamento, ele não tem o auxílio das juntas e não participa da edificação.

A igreja precisa mostrar amor, unidade, diversidade e maturidade sempre crescente. Essas são as características de uma igreja aperfeiçoada em unidade.

Em Cristo,

GUSTAVO HOFT

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